Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

SR. BENEDITO VIVIANI: O HOMEM QUE DISTRIBUÍA SONHOS





Meu Deus do céu, receba com alegria o Sr. Viviani na sua morada. Ele partiu daqui e com ele levou toda sua generosidade e alegria. O Sr. Viviani foi um inventor de ideias recheadas de bom humor. Meu Deus deste mundo, ele consertava lâmpadas, assim diziam. Meu Deus, ele foi um dos homens que ajudou a construir o Hospital de Cotia. Deus, ele era tão criativo que ajudou a construir um foguete, o Sputnik, bem antes que os russos. Era um homem que estava à frente do seu tempo. Meu Deus deste imenso mundo, ele me ajudou a escrever dois livros com sua memória de elefante.

Pouco tempo antes de completar 88 anos, nas conversas que tínhamos, eu adorava testar sua memória com “causos” sobre Cotia. Dizia ele, com orgulho do poder da sua memória, que se lembrava de datas e casos distantes no tempo. Meu Deus, com a idade que tinha parecia um menino danado. Seus olhos brilhavam diante das suas histórias. Escrevi cada uma delas. Meu Deus, juro de pés juntos que tenho uma única preocupação: quando ele encontrar o seu amigo Yano e outros que daqui já foram, o Senhor terá que criar um departamento de invencionices aí no céu.
Um abraço, meu amigo, descanse em paz. 




                                                                                                                               Cotia, 23 de junho de 2016.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ESQUECIMENTO


Quem já guardou um objeto que estima e não se lembra do lugar em que deixou? E o pior de tudo, quanto mais tenta lembrar o lugar que guardou o tal objeto a memória não ajuda. Falha! Quanto mais tenta se lembrar de onde guardou, pior fica! Apagão. Pergunta-se: será que perdi? Será que alguém surrupiou? Quem poderia ter feito isto? Tenta incansavelmente reconstruir passo a passo momentos anteriores para lembrar em que lugar guardou aquele objeto. A memória não ajuda. Quanto mais dificuldade a pessoa tem para lembrar, ela vai sendo acometida de um desespero geral. Entra em pane! O que está acontecendo com a minha memória?

A tentativa de lembrar-se do que guardou é tão grande, que os miolos chegam a esquentar. Chega a sair fumaça do cérebro. Depois de muito tentar começa a achar que seu esquecimento pode estar ligado a algum tipo doença.  Pensa logo em procurar um médico. Antes disto conta o que esta acontecendo aos amigos próximos que de imediato dão seus diagnósticos sem qualquer cerimônia e fundamento cientifico. Dizem: Fulano, pode ser aquela doença que com o passar do tempo a pessoa vai perdendo a memória.  Procure um médico.

Vai à escola buscar a filha no final do dia e é avisado que ela não foi à aula. Quando isto acontece duas vezes, começa a ficar preocupante. A moça que entrega as crianças aos pais no final do expediente escolar olha pra você com um sorriso desconfiado, quase dizendo que você deve estar meio maluco (risos). Agora, é reconfortante quando outros pais dizem que fizeram o mesmo. Outra situação: esquecer o nome de alguém que você conhece e de repente a pessoa está na sua frente e você não se lembra de jeito nenhum. Dá uma angustia tremenda! Inusitadamente logo digo: esqueci seu nome. Gargalhada geral. A pessoa também pode dizer “procure um médico”. Neurose total!

Ainda preocupado com esta coisa de esquecimento, conversando com alguns pais na porta escola, no meio deles encontrei uma psicóloga e terapeuta que tranquilizou todos os que ali estavam, dizendo que esta coisa de esquecer pode ser stress. Cansaço.  Esta crise econômica e política de instabilidade quase total também podem influenciar neste cansaço mental. Confortante mesmo é saber que você não esta sozinho nesta onda de esquecimento. (Risos!)


Já ia me esquecendo de dizer...

quinta-feira, 2 de junho de 2016

DIA DOS NAMORADOS


Não tenho nada contra datas comemorativas. Até curto algumas. Porém, o dia dos namorados é uma data que não deveria existir no calendário. Uma data voltada apenas para o consumo (nenhuma novidade). Também não tenho nada contra consumir. Adoro! Namorar é bom quando fazemos quase todo dia. Namoro se constrói. Casados também já namoraram. Casados também namoram. Tem gente que namora há mais de trinta anos e ainda não se casou. Eternos namorados. Tem gente que namora só no dia dos namorados, até meia noite, depois vira abóbora. Alguns namoram até receber o presente e logo desaparecem. Tanto ele como ela. Pura sacanagem. Namoro fugaz.

Não é por isso que não curto este dia. Tente marcar um jantar em um restaurante no dia dos namorados. Não será fácil. Em alguns restaurantes é preciso marcar trinta dias antes, e ainda enfrentar uma fila de espera de duas horas ou mais. Não há romantismo que aguente! Até o churrasquinho do Bernardo, no centro de Cotia, tem fila no dia dos namorados. Já que me lembrei do Bernardo, seu churrasquinho é uma delicia! Tente ir a um motel neste dia. Tente! Enfrentará filas e mais filas. Outro detalhe, neste dia os preços dobram ou triplicam. Há quem perca até o... com esta crise. Outra coisa, namoro é namoro. Amor é algo sublime, bem diferente de namoro. Não é preciso esta patacoada para dizer que ama alguém. Amor são gestos...  

Continuo dizendo que não tenho nada contra este dia. Imagine alguém que não esteja inserido neste mercado de consumo. Mercado alucinado. Com certeza usará de recursos criativos. Encontrará a amada e lascará um abraço. Quer um presente maior do que um abraço? Encontrará a amada e lascará aquele beijo. Toda esta emoção de surpresa produz afeto.  Quer algo melhor de que um beijo “caliente”? Assim deste jeito e com muita emoção, vale a pena comemorar o dia dos namorados. Fazer um jantar. Presentear com uma boa conversa. Não estou maluco. Quem poder presentear seu namorado ou namorada com um lindo relógio é muito bacana. Quem puder abrir uma boa garrafa de vinho, também é muito bacana. Não tenho nada contra o sentimento alheio. Sou a favor do afeto verdadeiro.


Se você só pode dar um abraço e um beijo também é bacana. Também é namoro. Estamos precisando tanto de afeto! Estamos precisando tanto nos acertar emocionalmente com o namoro! Acertarmos no amor! Não é um objeto de consumo que determina a intensidade de um namoro. Talvez um abraço, um beijo e uma boa conversa determinem a intensidade de um namoro muito mais! Mas uma caixa de um bom chocolate abre um sorriso intenso. É disto que estamos precisando, de alma e sentimentos verdadeiros. Colocar alma naquilo que define nossa felicidade. Vou usar de sinceridade: não se esqueça desta reflexão acima e no dia dos namorados caia no namoro com afeto.