Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

TEM COISAS QUE NÃO DEVEMOS ESQUECER


A língua é minha pátria e eu não tenho pátria: tenho mátria. E quero frátria – Caetano Veloso

Há dias (meses) que os meios de comunicação vêm mostrando cenas horrendas dos imigrantes que tentam chegar à Alemanha ou em outros países da Europa em busca da reconstrução de suas vidas longe da guerra, da fome e da intolerância religiosa. Refugiados. Não podemos esquecer a cena expressa em todas as mídias de uma criança sendo recolhida morta em uma praia da Turquia por um policial, é algo doloroso que entristece o coração e emudece a alma. Não devemos esquecer de maneira nenhuma nem depois que a onda mediática passar.

Escravidão não é coisa de gente civilizada.

Não podemos esquecer que no século XV, no Brasil, não foi diferente com os negros que morreram no percurso da África para cá. Traficados. Milhares de mortos!Jogados ao mar e mortos no trabalho exaustivo do trato da cana-de-açúcar e chicoteados nas senzalas, semelhantes a bichos. Não podemos esquecer nem momentaneamente. Não podemos esquecer que intolerância é coisa de gente que não sabe o valor da cidadania. Cidadão!

A crueldade humana parece quase natural.

Não podemos nos esquecer dos processos migratórios pelo Brasil. Do Nordeste para o Sudeste e o inverso.Mão de obra barata.Em busca de sonho. Fugindo da fome. Fugindo das perseguições. Os imigrantes de várias nações que vieram para cá no final do século XlX em busca de uma vida melhor. Em busca de terra que seus países de origem lhes negavam. Esquecer jamais. Precisamos reconstruir nossa memória histórica.

A morte de crianças e inocentes choca demais. A criança mais ainda porque enxergamos uma vida que mal começou.

Tem coisa que não dá para esquecer. A chacina de Osasco e Barueri com 19 mortes. Gente inocente. O Estado que deveria proteger não consegue explicar quem matou. Omissão. Não podemos nos esquecer de tantas outras chacinas e mortes que viraram estatísticas e são apresentadas frias e sem vida. E como se a vida não valesse nada. A vida tem um valor imensurável! Não podemos nos esquecer disso jamais!

Não esqueça que fazemos parte do mundo.

Não dá para esquecer a cena do homem tentando, como um super-herói de desenho animado, salvar a moça das mãos do anti-herói. Indiferença.É assassinado na frente da Catedral da Sé, diante da multidão que assiste atônica. Diante de Deus!Não dá para esquecer cena como essa que mostra um ato de solidariedade de um morador de rua (caso não seja um morador de rua não importa - era um ser humano). É isso mesmo - um morador de rua! Não devemos esquecer jamais. Mesmo que a onda mediática passe como uma ventania.


Diáspora não é uma invenção da sociedade moderna é bem mais antiga...

Nenhum comentário:

Postar um comentário