Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Um dia triste...



Hoje faleceu uma grande amiga, daquelas que pegava a gente pelo braço e aconselhava como tínhamos que construir esta vida. Uma amiga que sempre tinha uma palavra de alento, ou outra palavra, que era muitas vezes dura, mas sempre dita com um sorriso nos lábios. Ternura era sua bandeira de vida. Amiga acolhedora. Rianete Bezerra da Silva deixa aquele sentimento de que partiu cedo, porém construiu um legado que deixa saudade.
— Deus, Neta adora crianças, é uma educadora fabulosa e foi cunhada profissionalmente pela vida. Criou as filhas com dignidade e pertence a uma família extraordinária. Neta é daquelas amigas que soma e não subtrai. Amiga que traz conhecimento. Amiga que traz esperança. Não encares estas palavras como carta de recomendação, não é preciso, pois Tu sabes da sua trajetória... aí no céu vai exercer sua profissão com maestria.
É difícil se livrar dos sentimentos de tristeza, de saudade, em momentos com este. Neta tinha compaixão pelo próximo. Tinha um sorriso largo e sempre uma palavra amiga. É comum pensarmos, quando alguém que amamos parte, que Deus pudesse esticar um pouco mais a sua existência, ou mesmo que pudéssemos ter aquela varinha mágica dos contos de fadas que líamos ou assistíamos no cinema para esticar a vida de gente que amamos.
As coisas não são bem assim. Missão cumprida. Saudade.
                                                                    Prof. Marcos Roberto Bueno Martinez e Família.
                                                                                              24/9/2015

       

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

REGRA DO JOGO


Resisti o quanto pude para não escrever um texto que abordasse o tema novela. Penso ser um assunto fútil demais. Penso em meus amigos que não gostam de novela irão dizer o quê. Penso que não tem nada de melhor para escrever além do que novela? Neste momento não(risos). Penso o que me diria meu “compadre” Xavier, crítico impiedoso dos folhetins de televisão. Ora, independente do que os outros pensam, vou escrever o que acho sobre novela e porque gosto. Ô pra vocês...

Há críticos que atribuem que o gênero novela é coisa de mulher. Até aí o machismo aparece de forma sorrateira. E aqueles que, durante um capítulo de novela, dizem não sair da sala, pois já que todo mundo na casa assiste ele não tem saída a não ser acompanhar a trama das oito.
Só mesmo o Altíssimo para nos salvar de tanta ignorância.

Há quem diga que as novelas influenciam negativamente a educação das crianças. Outros mais rigorosos em suas críticas atribuem às novelas o incentivo ao imoralismo e à violência. Ora, pergunto: quem nasceu primeiro a novela ou a sociedade?Pensando assim, quem disser que antes da televisão e das novelas não existia imoralidade e nem violência... Reflita um pouco.

As novelas têm possibilitado discutir temas antes restritos a uma determinada região ou grupos, como intolerância e fanatismo religioso. Aí atribuir aos folhetins que seja produto de alienação é uma grande besteira.

Regra do jogo começou interessante.

O cara aparece diante da mídia como herói e liberta sequestrados em um assalto que ocorre em um banco. Logo depois de salvar reféns recebe em casa uma parte do dinheiro roubado no banco. Farinha do mesmo saco. Isso é ficção? Não é a realidade? Não sabemos quem é mocinho ou bandido. A mocinha estilosa com roupas de marca da cabeça aos pés e uma trapaceira de primeira classe. Falsa, dissimulada e outros atributos fazem dela uma bandida sedutora. Isso é ficção? Não existe gente assim neste mundo?

Só está faltando alguém dizer que falsidade é uma invenção de novela. Há críticos que atribuem o caos que atravessamos à alienação que a novela provoca no cidadão. Como se assistir novela nos deixasse em um estado de letargia. Pura besteira! Uma avaliação sociológica descabida. Televisão e diversão Novela é entretenimento. Como é bom um pouco de ficção. Exercitar a imaginação faz bem à alma.


Acompanho novela e também sou ferozmente crítico quando o folhetim é uma porcaria. Adoro final feliz mesmo sabendo que a nossa realidade cotidiana é bem diferente. É bom sonhar com finais de novela felizes. Estamos precisando tanto de felicidade. 

TEM COISAS QUE NÃO DEVEMOS ESQUECER


A língua é minha pátria e eu não tenho pátria: tenho mátria. E quero frátria – Caetano Veloso

Há dias (meses) que os meios de comunicação vêm mostrando cenas horrendas dos imigrantes que tentam chegar à Alemanha ou em outros países da Europa em busca da reconstrução de suas vidas longe da guerra, da fome e da intolerância religiosa. Refugiados. Não podemos esquecer a cena expressa em todas as mídias de uma criança sendo recolhida morta em uma praia da Turquia por um policial, é algo doloroso que entristece o coração e emudece a alma. Não devemos esquecer de maneira nenhuma nem depois que a onda mediática passar.

Escravidão não é coisa de gente civilizada.

Não podemos esquecer que no século XV, no Brasil, não foi diferente com os negros que morreram no percurso da África para cá. Traficados. Milhares de mortos!Jogados ao mar e mortos no trabalho exaustivo do trato da cana-de-açúcar e chicoteados nas senzalas, semelhantes a bichos. Não podemos esquecer nem momentaneamente. Não podemos esquecer que intolerância é coisa de gente que não sabe o valor da cidadania. Cidadão!

A crueldade humana parece quase natural.

Não podemos nos esquecer dos processos migratórios pelo Brasil. Do Nordeste para o Sudeste e o inverso.Mão de obra barata.Em busca de sonho. Fugindo da fome. Fugindo das perseguições. Os imigrantes de várias nações que vieram para cá no final do século XlX em busca de uma vida melhor. Em busca de terra que seus países de origem lhes negavam. Esquecer jamais. Precisamos reconstruir nossa memória histórica.

A morte de crianças e inocentes choca demais. A criança mais ainda porque enxergamos uma vida que mal começou.

Tem coisa que não dá para esquecer. A chacina de Osasco e Barueri com 19 mortes. Gente inocente. O Estado que deveria proteger não consegue explicar quem matou. Omissão. Não podemos nos esquecer de tantas outras chacinas e mortes que viraram estatísticas e são apresentadas frias e sem vida. E como se a vida não valesse nada. A vida tem um valor imensurável! Não podemos nos esquecer disso jamais!

Não esqueça que fazemos parte do mundo.

Não dá para esquecer a cena do homem tentando, como um super-herói de desenho animado, salvar a moça das mãos do anti-herói. Indiferença.É assassinado na frente da Catedral da Sé, diante da multidão que assiste atônica. Diante de Deus!Não dá para esquecer cena como essa que mostra um ato de solidariedade de um morador de rua (caso não seja um morador de rua não importa - era um ser humano). É isso mesmo - um morador de rua! Não devemos esquecer jamais. Mesmo que a onda mediática passe como uma ventania.


Diáspora não é uma invenção da sociedade moderna é bem mais antiga...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Esta foto foi tirada na década de 40. A Praça da Matriz bem diferente de hoje, arborizada. Provavelmente uma festa religiosa realizada pelos freqüentadores da Igreja Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat, que completou 302 anos.  Nesta época a parte urbana concentrava se e duas ruas, em torno da cidade viviam famílias de sitiantes. A base da economia vinha da agricultura.