Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CRISES DE TODOS OS TIPOS.


Crise de bronquite. Crise sentimental. Crise renal. Crise de consciência. Crise na saúde Crise nervosa. Crise de abandono. Crise na educação. Crise de ciúme. Crise financeira. Crise de depressão. Haja crise para catalogar neste mundo. Existe crise de todo tipo e de todo tamanho. Imagina se não passássemos por nenhum tipo de crise na vida como seriamos insuportáveis. Crise é sinônimo de superação.  Se conselho vale alguma coisa vai um aí: não persista em nenhuma crise que esteja enfiado.  Se vire ache um jeito de sair dela. Crise não resiste para sempre!

A pior crise de todas é a da consciência. Talvez porque precisamos mexer com nossos medos, verdades e mentiras. Não é fácil mexer com nossos monstrinhos. A crise, mas fácil de lidar é a financeira é só jogar a culpa no Governo. Isto não significa que ela deixará de existir. A única certeza que não existe é crise boba. Crise de faz de conta, também não existe.  Respeite quem está crise ela deve estar pedindo algum tipo de ajuda. Mesmo que a crise seja dissimulada ou de mentirinha, aí sim que ela existe encubada. Cria a se situações para enganá-la.  Para fazer de conta que esta tudo bem. Mas a crise está ali implantada impiedosamente.

O que pode acontecer de pior quando estamos em um estado de crise é a piedade. Não tenha piedade. Não tenha dó. Este sentimento vai deixar a pessoa em crise em um estado ainda pior. Vai se sentir a última bolacha do pacote. A pessoa ali em crise quer ser olhada e que fale sobre suas qualidades. Ela precisa ser lembrada que é uma pessoa bacana.  E nada melhor que um observador externo com compaixão para elevá-la. Compaixão não tem nada a ver com piedade. Compaixão é um gesto nobre de mostrar que o outro também merece ser feliz. Tenha compaixão.


A pior de todas as crises mesmo é a renal. Dói para Caramba. Risos. Dói até a alma...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

NÃO ACREDITE EM TUDO O QUE VOCÊ VÊ E LÊ



Depois de ler o livro do escritor Umberto Eco não tenho nenhuma dúvida de que não devemos confiar no que lemos nos jornais (nem o que assistimos na TV). E acreditar ainda menos nas redes sociais. O livro Número Zero é mais uma das obras do escritor que,ao invés de nos deixar em paz,provoca uma reflexão sobre a manipulação das informações que recebemos aos milhões, todos os dias, através das diversas mídias. Incredibilidade! Em quem confiar? Ora, os homens que controlam as mídias não são sérios? Não é gente de confiança? O livro do historiador Umberto Eco, do começo ao final, cria um cenário de que não existe ingenuidade no que se escreve nos jornais. Não existe neutralidade. Existe sim,de forma muito sutil, interesses a serem defendidos.

Interesses econômicos.

O jornalismo de insinuações. O jornalismo que usa o recurso de ouvir os dois lados das notícia se no corpo da matéria insinua de que lado está. Sutileza! O jornalismo que prepara dossiês para chantagear. O jornalismo que denuncia e que condena. Quando erroneamente acusa, se desculpa no rodapé da página destinada aos obituários. Será que os jornais que trabalham em uma linha investigativa publicam ou exibem tudo que coletaram? Com certeza são seletivos. Antes defendem seus interesses, com certeza. O livro do medievalista Umberto Eco, com histórias fictícias e reais,apresenta regras do jornalismo antiético. As malandragens e as falcatruas na criação de um texto para chantagear. Extorquir!

Há muito tempo tinha sido alertado por um professor que era preciso aprender a ler nas entrelinhas de um texto. Sempre ler nas entrelinhas daquilo que é noticiado. Tentar descobrir quais as intenções do que é noticiado. Qual a intenção de quem escreveu? Qual a intenção do poder econômico que está por trás das notícias. Porque publicou? Será que queria, de fato, informar ou criar vantagens? A sensação é de que estamos sendo enganados. A cada página Umberto Eco revela o poder de omitir, mentir e dissimilar. Desconfiança.
Gostaria de terminar este texto de forma otimista, dizendo que nem tudo funciona de forma desonesta na impressa. Ao conhecer os mecanismos de manipulação da informação deixo o seguinte recado: cuidado com que você lê e vê. Sempre um pé atrás. Infelizmente.   Número Zero – Umberto Eco


terça-feira, 18 de agosto de 2015

ENCONTROS & REENCONTROS


Tenho recebido pedidos de amigos virtuais e não virtuais para que sejam ajudados a encontrar parentes ou amigos que estão desaparecidos (perdidos). Muitos buscam pais que nunca conheceram. Outros buscam mães que nunca viram. Outros querem o reconhecimento de que são filhos de pais que resistem assumir a paternidade. Alguns nunca assumirão, não sabem o que estão perdendo! Em quase todas as falas, desses que buscam ser encontrados ou reconhecidos, lamentam o vazio no peito que os incomoda. Querem ter uma origem. Perguntam, angustiados, quem são seus pais. Parecem com eles? Vivem incompletos. É como se faltasse um pedaço da alma.

Querem uma memória.
As histórias dos abandonados têm apenas algo em comum, o abandono. Porém, os roteiros são diferentes um do outro. A Adriana, que nasceu em São Paulo, filha do seu Ademir Nunes Batista que se mudou para cá e não se lembra do lugar onde morava - o Rio de Janeiro. Adriana traça um roteiro em busca dos seus parentes. A avó, Ana Maria Silva, de Minas Gerais, depois de casada acrescentou o sobrenome Silveira. A avó que, com a morte da sua mãe durante o parto, foi criada pela tia, em Belo Horizonte e depois enviada ao convento, quando saiu com dezoito anos perdeu o contato com os parentes. Seu destino: Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro, dona Ana encontrou seu príncipe encantado o Sr.Francisco Justino Fernandes da Silveira e formaram outra família. Ele cearense e, com o tempo e a distância, perdeu o contato com a família. Depois de tanto tempo, Adriana quer resgatar sua família. Quer reconstruir sua memória com outras alegrias. Uma busca incessante...

Sabe, Adriana, uma pequena história de reencontro para alimentar sua esperança. Outro dia um amigo entrou aqui em casa com tanta alegria que ele mal cabia em si. Na última eleição presenciou o reencontro de vários irmãos que não via há muito tempo. Através do nome do irmão distante e pesquisando, eles descobriram o paradeiro e a seção em que ele votava. Lágrimas e sorrisos se misturavam e abraços apertados de saudade.

Boa sorte, Adriana!

Há outros encontros que não acontecerão infelizmente. As lágrimas alimentarão a tristeza. O vazio da alma só aumentará. Ora, ninguém fica sozinho, sempre aparece uma mão para acalentar. A menina crescida conheceu o pai e os meios-irmãos, mas não pode dizer, ele covardemente nega esse seu passado. Mas a menina suporta esse abandono com maestria, mesmo com todos vivendo na mesma cidade. Outra menina, de cidade distante daqui, tem o nome do pai e o lugar onde trabalhou. Com o tempo a empresa fechou e ninguém se lembra do nome que ela me enviou. Ela continua buscando seu passado...

São muitas histórias?


Não poderia de deixar que faltasse um pedacinho nessas buscas para os pais de coração, que ampararam esses com se fossem seus filhos. As mães que foram pais, toda a nossa admiração. Os mesmos sentimentos aos pais. Os avós que criam seus netos como se fossem filhos. E assim por diante... merecem nossa respeito e carinho.