Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

COISAS QUE JÁ PASSARAM E DEIXARAM SAUDADES


Parece que quando a idade vai passando bate uma saudade da infância e da juventude. Até sentimos saudade do que se passou ontem. Quase tudo se transforma tão rápido que chega a ser imperceptível. É isso mesmo, imperceptível! Tem comportamento que chega tão acelerado que logo vai embora sem deixar lembrança,sem deixar saudade. Parece que antes tínhamos mais tempo para a maduração das coisas que aconteciam. Vejo essa coisa da rapidez, aqui em casa, com minha filha de oito anos.

Como canta Arnaldo Antunes: “Tudo ao mesmo tempo”.

Ganhamos algo que é da nossa vontade e logo já esticamos os olhos para o próximo desejo de consumo. Nem conhecemos e curtimos o que ganhamos. Freneticamente! É bem diferente de quando ganhamos um presente e abrimos o pacote bem devagar e passamos um bom tempo olhando como não acreditando que aquilo é verdade. Curtindo e apreciando o presente, criando uma relação de afetividade. É como se aquele objeto começasse a fazer parte da nossa história. Parece que o que vale é a quantidade e não a qualidade. Parece que a quantidade lhe dá a devida condição de ter e não ser.

Ser, pouco importa.

Quando a condição é ter,nos coloca em uma posição de superioridade em relação aos outros, mesmo que seja ilusão. Na escola, o melhor caderno, mesmo não o usando devidamente. Compramos freneticamente para nossos filhos para não deixá-los em desigualdade com os outros. Agora é a Monster High e num piscar de olhos os acessórios que as meninas e meninos do Funk Ostentação usam. Tão lindinhos!Depois do piscar de olhos, outra nova moda passa com a velocidade de um cometa. Passageira!

Vapt–vupt...

Longe de qualquer saudosismo babaca e rançoso,necessitamos dar uma freada nesse consumo que chega à beira da loucura. Sentir saudade! Saudade da bolinha de gude, do esconde-esconde,do salva-pega e do jogo de raquete, entre tantas outras brincadeiras. 

Consumo não é pecado! Difícil é criar uma relação de afetividade com os objetos que nos permeiam. Que tal sentar com a família para uma refeição, pelo menos uma vez no dia,e desligarmos a televisão ou qualquer outra forma de mídia?


Que saudade!

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