Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ZÉ GALINHA


Zé Galinha é aquele tipo que toda cidade tem (caso não tenha, precisa ser inventado!). Sempre arrumando um apelido pra alguém. Sempre alegre! Prestativo! Um grande tirador de saro!Odiado e amado.Não tinha ninguém no lugarejo que não tinha um apelido que não tivesse sido dado pelo Oriovaldo (Zé Galinha).

Quando chegava alguém novo na cidade e descia pela Rua da Matriz, Oriovaldo se dedicava atenciosamente a prestar atenção nos trejeitos da pessoa e já nascia ali um apelido. Parece que ele tinha vindo ao mundo para apelidar os outros. Os apelidos caíam como uma luva nos seus receptores.

Com toda alegria e sua criatividade em apelidar os outros, muita gente não gostava! Muito menos dos apelidos. Além de brincalhão, Oriovaldo era especialista em fazer galinhada com galinha alheia (às vezes frango ou galo, conforme a circunstância). É nessa sua especialidade que entra o galo Edivaldo e o ódio mortal da família Magalhães pelo cozinheiro.

Uma tragédia anunciada. Enquanto Oriovaldo era alegria contagiante,o seu irmão, Totó do Abraão, tinha uma vida dedicada ao misticismo. Não acreditava em nada que não pudesse ser confirmado pelos seus olhos. São Tomé!
Andarilho,Totó falava mal ao vento pelas ruas coloniais da cidade e criticava sem piedade as instituições religiosas e o Deus que elas apregoavam. Não escapavam espíritas, católicos e nem os agnósticos (ateístas). Totó tinha criado seu próprio mundo e inventando deuses e outras loucuras. Assim achavam os evangélicos! Que diziam que ele estava possuído pelo demônio.

Depois a gente volta a falar de Totó.

Zé Galinha, na véspera do Ano Novo, organizou uma galinhada e convidou os amigos do coração. Galinhada nesse dia do ano trazia promessa de boa sorte. Só que as galinhas deveriam ser surripiadas na vizinha.
A noite de ano prometia e muitos moradores ficavam de antena em pé e ligados,prestando atenção no movimento do quintal. Oriovaldo com sua turma aos poucos vinha trazendo as prendas conseguidas. E no meio de centenas de prendas veio o galo Edivaldo (galo adivinhador).
Guerra!

Além do galo de estimação ir para a panela, atrevimento maior foi chamar a família dos Magalhães para participar do banquete. “Este Zé Galinha é um desaforado!”. Gritava aos berros o mais birrento dos Magalhães.” Desaforado!”. Imagine a cena...

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