Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

domingo, 29 de junho de 2014

QUANDO A EDUCAÇÃO FAZ A DIFERENÇA


 Quando procuramos uma escola para nossos filhos, o que esperamos dela? Educação. Que tipo de educação desejamos? Escrever, ler e aprender as quatro operações. É isso que desejamos?

Ao final do tempo escolar descobrimos que os objetivos básicos daquilo que desejamos da escola foram mal realizados. Perplexidade!Como nos sentimos? Quem fracassou? Fiz o que pude para a educação escolar do meu filho. Será que demos valor e atenção para essa escola? Então, missão cumprida?

Missão cumprida! Por quê? Não questionamos ao fundo com medo de sermos responsabilizados pelo fracasso escolar dos nossos filhos. O que desejamos, de fato, quando iniciamos nossos filhos na vida escolar?Aonde gostaríamos que eles chegassem?

Qual a culpa do governo em relação à educação de péssima qualidade? O papel de fracasso ou sucesso é só responsabilidade do governo? Como ficam os pais nessa história?

Qual nosso papel?

As discussões sobre educação que fazemos, quase rotineiramente, não passam de opiniões,sem a preocupação de mudar alguma coisa (falta envolvimento até na fala). Talvez falemos tanto sobre as mazelas da educação para nos livramos da culpa de que educação é realmente o foco principal, desde que não nos envolva.

Parece que a corda arrebenta do lado mais fraco. Professor! Educador!

Pagamos escolas duas vezes. Através dos impostos e a particular.

Quem pode pagar uma escola encontra milhares delas com todo tipo de educação. Nessa prateleira da educação, o produto que buscamos tem que combinar com a nossa necessidade. Eu pago, posso exigir. Ficam com meu filho enquanto trabalhamos. Dê preferência a quem o eduque em todos os sentidos. Educação familiar é uma responsabilidade dos pais e não da escola. Muitas vezes esquecemo-nos desse papel...
A escola não é uma instituição isolada. Dentro dela nossos filhos convivem com o consumo, individualismo, com o preconceito.Conflitos diversos. Muitas vezes o preconceito tem seu berço dentro de casa. O celular, o iPhone, o tablet, a melhor mochila, o melhor tênis. Será que esses aperitivos são ingredientes de uma boa educação? Eles vão para uma competição não para a escola. Ter e não ser. Temos que equipá-los para que sobrevivam neste ambiente hostil que valoriza a aparência e o consumo. Cadê a educação escolar? Esse é o tipo de escola que você quer? Que você deseja?

Escola pública ainda é uma boa alternativa.Em muitas se pratica educação com seriedade. Envolvimento.Não! Meu filho(a) não se adaptaria àquele ambiente! Eu tenho medo do que possam fazer com ele. Ele ainda é meu bebê. Ambiente hostil tem tanto na escola particular como na pública. Cada uma com sua perversidade! Seu filho não é mais bebê. Ainda bem que nem todo mundo pensa assim. Se não a escola seria um imenso berçário.


A escola, além de ensinar a ler, a escrever e as quatro operações, ela trabalho noções de cidadania. Civilidade. Caso contrário esse aprendizado básico não serviria para nada. A participação dos pais é fundamental nessa formação. Faz a diferença. A educação faz a diferença quando participamos efetivamente. Agora, quando participamos e denotamos certa indiferença aí a conversa é outra (fazemos de conta). Temos o governo na berlinda para mandar a lenha. 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

CAMPINHO DE FUTEBOL


De ponta a ponta do Brasil tinha um campinho de futebol. De lado a lado do País tinha um campinho de futebol!Com gente feliz e brincando. No centro do Brasil havia sempre um campinho de futebol! Tínhamos campinhos de futebol cheios de gente com criatividade e com uma vontade louca de vencer.

Onde havia um terreno baldio se montava um campinho de futebol. Juntava a molecada do bairro. Burburinho. Carpíamos o mato que atrapalhava o correr da bola. As traves eram de todos os tipos imagináveis. Com bambu. Com latinha. Com tênis. Com camiseta ou camisa. Já vi até trave de gente. De gente? Quando o moleca era muito ruim de bola arrumávamos uma função, colocando-o como trave (trave móvel- risos).

Conheci até trave criada pela imaginação. Determinávamos uma altura e largura e ali era o gol.

Na maioria das vezes,quando ocorria um gol, a ética e o bom senso eram usados pela molecada para sacramentar o golaço. Quando alguém queria puxara linha imaginária para seu lado,paralisava a jogada. Ocorria o debate e a discussão. Conflitos! Até chegar a um ponto de concordância. Senão se chegava a um veredicto,a pelada acabava ali mesmo.

Sacanagem não valia na pelada de campinho de futebol. O cara que usava desse jeitinho, para tirar vantagem da imaginação dos jogadores, era excluído do grupo. A palavra acertada pelo grupo era importante. Não podia ser quebrada por desvio de caráter de alguém.

Em Votuporanga e outras cidades do Brasil, penso que os campinhos não eram tão diferentes. Imagino que todos deviam ter suas regras.Também, tinham em comum que todos os campinhos eram em terrenos acidentados. Será?

Muitos campinhos desapareceram com o crescimento das cidades. Em Votuporanga, conforme a cidade ia crescendo,saíamos à procura de um terreno para ocuparmos. Muitas vezes sem permissão. Com o tempo, os espaços foram ficando distantes do nosso domínio territorial. Com o tempo, os espaços desapareceram e com eles muitos campinhos e craques.

Como sonhávamos com os grandes nomes do futebol! Até apelidávamos aqueles colegas que tinham um estilo de jogo semelhante aos craques da época. Olá, o Pelezinho. Olá, esse parece com o Jairzinho. Aquele com o Rivelino. Esse gol foi igual aquele do... Lindo! Discutíamos! Sonhávamos!

Pelada em campinho de futebol não tem juiz. Entre nós, não precisávamos. Combinávamos as regras antes do início da pelada. Briga, nem pensar. Sabíamos dos limites. No caso de avançá-las,perdíamos os amigos e os grupos de convivência. Ninguém queria ficar no isolamento das brincadeiras de rua.

Brincadeira de rua e campinho de futebol andavam juntos.

Em pelada de campinho não tinha impedimento. Um moleque, que não tinha habilidade com a bola,colocávamos na banheira. Alguém sempre gritava do outro lado do campo:sai da banheira, moleque! Caíamos na risada...
Organizávamos os campeonatos. O Bairro com café com a vila Marin. O Bairro da estação com o da vila América. E tudo funcionava harmonicamente. Nem sempre tínhamos bola. Bola emprestada era um problema à vista. Quando o dono da bola era chamado pela mãe ou pelo pai, a pelada acabava ali mesmo.

Duro mesmo quando o dono da bola não aceitava ser contrariado. Colocava a bola debaixo do braço e saía em retirada. Ficávamos putos da vida. Alguém sempre perdia as estribeiras: filho de mamãe. Boizinho. E palavrões que não podem ser descritos aqui.

Quando aparecia uma bola de capotão, adorávamos.

Hoje tem muita escolinha de futebol. Nada contra. Outra cultura. Outro tempo. Outros valores.
Mas ainda existe campinho de futebol de pelada? Um amigo do Norte e outro do Nordeste disseram que, pelas cidades do interior, se pratica jogo de bola de campinho. Nas grandes cidades eles quase foram extintos. Era um espaço de convivência de aprendizado.

Finalizando.


Um acontecimento que nos deixava desesperados era quando a bola caía na casa daquele vizinho próximo do campo que não devolvia a pelota (o chato). A tristeza tomava conta... Ficávamos p da vida!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

QUERO ENVELHECER: FICAR VELHO JAMAIS


Esta coisa de envelhecer só começa incomodar quando completamos cinquenta anos. Isso vale para quem é normal.

Sabe quando você começa a perceber que o tempo está passando,quando um jovem e/ou uma jovem lhe chama de tio (desconhecidos). E aí,tio? Outro sinal do envelhecimento é quando você opina sobre um assunto e alguém torce o nariz ou faz de conta que ouviu para não lhe chatear. Ora, a indiferença é pior. Outros nem ouvem.

Diz um amigo já “envelhecido” que, no decorrer da vida, aprimoramos nossas qualidades e defeitos. Quando aprimoramos só os defeitos é um sinal de que alguma coisa não está bem. Quando não nos suportamos precisamos parar e fazer algumas reflexões. O barulho incomoda. Só são importantes fatos da nossa juventude. No meu tempo era assim... Quando estamos assim, o nosso passado vale muito pouco. Esquecemos de sair dele e transformá-lo em algo significativo.

Se isso acontecer é que estamos ficando velhos e não envelhecendo. Ranheta! Anormalidade é quando não temos idade pra ter ideias velhas. Somos retrógados. Não aceitamos discutir assuntos polêmicos. Defendemo-nos, com certeza, sobre tudo. Estamos a um passo para criar algum tipo de preceito com preconceito.

Velho mesmo é quando culpamos o mundo pelos nossos fracassos. Não existe idade pra isso. As dores no corpo sempre têm alguém para culparmos. Os olhos que já não enxergam- é culpa do tempo. Coitado do tempo. E Deus, então, uma imensa muleta!

Talvez o maior sinal do envelhecimento seja quando a família quer lhe colocar em um lugar que não seja o meio familiar. Asilo. Um pouco mais moderno - casa de repouso. Aí não há envelhecimento ou velhice que suporte a dor, o abandono. Ora a nora ou genro que não lhe...

Os filhos que não têm tempo. Os netos estão além do tempo. Resta a piedade de quem olha de fora. Como se isso resolvesse.

Como a cultura ocidental (nem sempre) joga fora o envelhecimento e a velhice,descartamos. O conteúdo pouco vale. Nem valor de troca do conhecimento adquirido com o novo não importa? Não vale bosta nenhuma,amigo!


Eu quero envelhecer...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

OS FILHOS CRESCEM..


Os filhos crescem... Como sofremos em saber que eles crescem. Como crescem? Ainda não inventaram uma máquina que pudesse parar o tempo. Será possível um dia? Parar o crescimento dos nossos rebentos? Penso que é o desejo de todos os pais.

O primeiro choro quando vêm ao mundo. Marca o nosso sentido auditivo. Antes, a gestação. Ficamos grávidos. Ansiosos. Será que vai dar tudo certo. Ah! Sofremos por antecipação. Sabemos como é difícil o mundo. Caótico! Eles ou elas precisam crescer? Quando descobrimos que precisamos crescer juntos, muitas vezes, não aceitamos. É tão complicado crescer com os filhos.

Como eles crescem! Num primeiro momento, dependência total. Trocar fraldas. Alimentar. O primeiro sorriso. O olhar. Ensinara andar. Estamos seguros. Temos o domínio sobre os nossos filhos. Mesmo assim, preocupados com o futuro deles ou delas,sofremos com a possibilidade de como pode ser este futuro. Não queremos crescer. Invente logo uma máquina para parar o tempo. O mais rápido possível!

Independência. Esse dia chega. Muitas vezes demoramos a perceber os sinais de que ela chegou. Conflitos! Articulam ideias. Passam a ter gostos por coisas que antes não tinham. Pensamentos próprios. Tomam decisões que antes não tomavam. Desesperamo-nos. A pior coisa nesse momento é a culpa.Onde errei? Onde erramos? Às vezes procuramos um agente externo para justificar as transformações. Tudo isso está acontecendo por causa daquele amiguinho ou amiguinha que anda... Vou cortar essa amizade!

Ações paliativas. Encruamos! Eles continuam crescendo alucinadamente.Antes não era assim. Vivemos de um passado saudoso. Eles vivem o presente. Sabem mais do que nós que precisam continuar crescendo,para serem aceitos no seu meio.

Ficamos intolerantes aos arroubos dos filhos. Instalamos o antidiálogo. Berros. Xingamentos. Aprendemos rápido demais a apontar os defeitos dos, então, crescidinhos. Nesse período da vida é quando eles precisam muito de carinho e de atenção. Quem não gosta de chamar a atenção? Apesar de todo arrebatamento eles ou elas têm medo. Quem não tem medo de crescer? 

Com o passar do tempo encruamos de certa forma que esquecemos que somos assim. Dialogar. Ouvir. Dê uma paradinha para ouvir. O som, a voz, já não é como antes. Outra voz. O comportamento adquirido com os outros é bem diferente do tempo da chupeta. Como as coisas mudam quando aprendemos a dialogar. Falar e ouvir. Ouvir e falar. Podemos crescer juntos.


Ainda não existe nenhuma possibilidade de que alguém invente uma máquina para parar o tempo (risos). 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

VOCÊ JÁ TEVE ALGUM TIPO DE AMOR PLATÔNICO?



Amor platônico. Quem já não teve um amor platônico na vida? Nunca? Ah!!! Quem nunca teve um namoro platônico não conhece a ilusão e fantasia de amar alguém. Amar sem o outro saber. Sentir calafrios e arrepios (solitariamente). Perder o apetite. Perder o humor. Sentir-se traído sem o outro saber (não houve traição nenhuma). São algumas sensações de quem ama platonicamente. Quem ama assim suplica um olhar sem o outro saber. Quem ama assim sente o cheiro do outro ou da outra (viaja na imaginação). O coração palpita. O sentimento desse amoré tão forte que o doente de ilusão espalha que está namorando. 
Se você nunca teve um relacionamento platônico, desculpe-me, com toda sinceridade, você não sabe o que é amor. Não tenha vergonha de dizer. Só enaltecer a sua vida... As mulheres gostam de homens imaginativos e sonhadores.

Eu já tive um amor platônico.

O meu primeiro amor platônico aconteceu aos sete anos de idade (bem precoce). Meu Pai foi o responsável por me colocar neste mundo do amor não correspondido. Durante um tempo da sua vida, ele trazia queijos de uma cidadezinha de Minas Gerais para vender onde morávamos. 
Foi aí que tudo começou.

O que tem a ver queijo com amor platônico? Risos! Como vocês são apressados? Nesse caso tem tudo a ver. No meio daqueles queijos grandes –meia cura- vinha um bem pequeninho.
Meu pai dizia, com todo o bom humor que lhe cabia, que aquele pequeno queijo tinha sido mandado pela minha namorada. Que tinha minha idade. Como minha imaginação voava a passos largos durante um bom tempo. Pensava até em casamento.

A cada viagem ele apimentava minha imaginação ilustrando como ela era.Que roupa ela vestia. E assim ia...levando. Tinha suspiros só de imaginar Na minha cabeça de criança tinha uma namorada.
A cada queijo trazido, uma história repleta de fantasias. Que sensação boa quando você tem alguém para amar mesmo sendo ilusão.

Aí, meu pai deixou de vender queijo e partiu pra outro ramo. Dias difíceis. Juro que fiquei um bom tempo acabrunhado (tristeza, isolamento, meu mundo caiu).Alguma coisa aprendi. Depois desse amor platônico tive tantos outros amores assim. Alguns intensos outros nem tanto. 

Sabe de uma coisa, além do namoro platônico, temos o namoro de ocasião. Risos!Tenho muitos amigos e amigas que estão se preparando para arrumar um namoradinho ou namoradinha só para ganhar um presente. Fazem isso todos os anos. Então não é amor e paixão. Para alguns amigos(as)o tiro sai pela culatra. Dá namoro e casamento de verdade. E depois filhos.


Que o amor platônico,o amor e o namoro sejam comemorados todos os dias. Sem distinção de gênero. 

PAULO BAFILE: ACOTY TOUR



Dia dois de abril Cotia faz aniversário, e saudosamente decidi revisitar    alguns textos que tratam deste tema. Ao manusear o acervo de que disponho, encontrei um trabalho de pesquisa sobre a cidade, escrito pelo médico Paulo Bafile. É um trabalho diferente e envolvente, que mistura a linguagem da poesia com informações sobre a história da cidade. Além  disto, o autor acrescentou uma pitada de humor, utilizando a imaginação e lendas populares do local. Fica a gostosa dúvida do que é real ou fantasia. Temos aí um vasto material para fazemos uma boa reflexão sobre a cidade.   

Terceira parada: o nome da cidade.

O CASO DA COTIA QUE COMEU A MESA

Minha mãe me contava um caso antigo, do tempo em que era menina, no Acre. Um dia trouxeram para casa um filhote de cotia, pego no mato. Minha avó pôs a cotia para criar, e ela deu de roer tudo. Uma vez roeu o pé da mesa onde se comia, e a mesa ficou pensa. Aí minha avó se encheu, matou a cotia e comeram a cotia no almoço, sobre a mesma mesa que ela roera.





Sexta parada: a ruína do mandu.

LADAINHA DOS FANTASMAS DO SÍTIO MANDU

Aqui temos:
Vasta casa, altíssimo pé direito,
Confortável salão, elegante telhado,
Espessíssimas  paredes, notável traçado,
Fartos mandiocais, incontáveis pés de milho,
Filhos aos montes, dilatada fé em Deus,
Sossegadíssima vida, sólida fortuna,
delicada capela, forte tradição,
luminosa colina, cantante  riacho,
alvíssima farinha, magérrimos cães,
refrescantes coitos, luxuriosa vegetação,
deliciosa aguardente, trançadíssimos balaios,
longas tropas de burros, tilintantes cincerros,
suaves  sinos à tarde, mocinhas analfabetas,
mocinhos que cospem longe, casamentos arranjados,
anjinhos de procissão, anjinhos em seu caixão,
parteiras experientes, dulcíssimos doces,
cavalos bem arreados, pasmaceira da fazenda,
ponteiros de violeiros, brancos, negros e mulatos,
notícias vagas da corte, estampidos de espingarda,
bicho caçado de noite, peixe pescado de hoje,
doenças só incuráveis, benzeções de maus-olhados,
recatadíssimas virgens, fechadíssimas famílias,
pé de rosa no jardim.

Aqui dizemos:
                                               Ó Senhor, vos digo que
                                               A casa já desfalece.
                                               Mas o que era de si,
                                               Em nós outros, permanece.


Sétima parada: os nomes das ruas.

Perto do centro estão os nomes dos defuntos ilustres
Da vila de Cotia.
Depois, onde outrora foram as fazendas, as minas
d’água, as plantações, ficam os novos loteamentos.
Foi tudo muito rápido. Não havia defuntos suficientes
Para nomear tantas novas ruas.
Aí valeu a imaginação.
Há uma poesia moderna e misteriosa,
Ainda por ser decifrada, nestes nomes.

AS RUAS  DA CIDADE NOVA SÃO....

cidades de Espanha,
cidades da Bahia,
autódromos da fórmula
cinemas da capital,
pedras preciosas,
atores de televisão
imperadores romanos
monumentos da antiguidade,
famílias árabes,
indústrias do município,
cantores da música popular,
formas poéticas,
times de futebol,
escolas de samba,
estados americanos,
signos do Zodíaco,
frutos do mar,
deuses gregos,
batalhas da guerra do Paraguai,
e
muitos índios,
muitas mulheres,
muitos santos,
muitas flores,
muitas árvores,
muitos bichos
Experimente perguntar por quê.......


Prof . Marcos Roberto Bueno Martinez



*“Roteiro Poético absolutamente Pessoal e sem Mapa para a Cidade de Cotia” Autor Paulo Bafile. Publicação 1995.


terça-feira, 3 de junho de 2014

SUPERMERCADOS PREDROSO: 100 ANOS



Recebi a Revista Comemorativa do Supermercado Pedroso com alegria. Utilizaram um jeito bem diferente para homenagear e comemorar 100 anos.Não é qualquer um que pode celebrar um centenário. Envolveram funcionários e clientes nessa festa. Homenagem justa.
Tudo começou com o senhor Nhô Quim, em 1914. Não é a primeira revista comemorativa confeccionada na cidade (temos uma do centenário da emancipação política de Cotia),e outras revistas que registraram a memória dos moradores da cidade.Documentos importantes para pesquisa. 

NhôQuim



Dona Lourdes Novaes cliente do Supermercado Pedroso há mais de 70 anos

A revista traz fotos antigas da cidade. Depoimentos de clientes e funcionários antigos. 



                                                      Praça da Matriz


  Caixa d’água da Câmera Municipal de Cotia

                       
Parabéns pela revista. Parabéns também pela iniciativa de registrar um pedaço importante da família de comerciantes que escreveram a História de Cotia, nesses 100 anos.
Caso você não tenha a revista, corra atrás. Cem anos passam bem rápido.  

Fotos antigas: Felício Savioli Neto e Pedro vitor
Foto recente: Evandro Freitas e Camila fraga.

QUE VENHAM AS MANIFESTAÇÕES NO MÊS DA COPA


Quem tem medo das manifestações de rua que há quase um ano trazem todo tipo de reivindicações? Reivindicações as mais diversas! Só quem não percebeu que vivemos em um país democrático tem medo de gente na rua correndo atrás dos seus direitos. Medo do quê? Em uma sociedade capitalista quem determina as relações é o Capital e o Trabalho: é normal que existam os conflitos de interesses (clichê). Cada grupo tenta puxar a sardinha para o seu lado.

Num piscar de olhos o novo é velho. Em todos os sentidos as coisas acontecem muito aceleradamente. Muito rapidamente... Parece que nos esquecemos do passado muito rapidamente. Como é confortável viver o presente e incômodo lembrar-se do passado, tão perto. Olhamos para coisas enxergando a ponta do pé. Precisamos olhar além dos pés. Quantas vezes opinamos coisas importantes com apenas uma rápida olhada ao enunciado. Cometemos erros e injustiças, principalmente quando olhamos para o agora. O que acontece nas ruas hoje é o reflexo de um passado. Na década de sessenta os conflitos de rua aconteciam quase todos os dias. Manifestações de rua não caracterizam uma invenção dos que foram para as ruas no ano passado.

As lutas eram outras. Contra o Imperialismo. Contra o Capitalismo e a favor do Comunismo (Guerra Fria). Nesse período,pessoas tinham lados bem definidos. O espectro do Comunismo justificou duas décadas e meia de Ditadura Militar. Tortura. Atrocidades. Direitos políticos cassados. Nas ruas, as pessoas iam para o enfrentamento,em busca de liberdade. Atrás dos seus sonhos. Quando quase todas as portas se fecharam. A Resistência foi na clandestinidade. Agora, recebemos as manifestações atuais como um corpo estranho.

Nas décadas de 70 e 80 eram as greves de operário contra padrão. A velha luta de classes. Muitos reagiram de forma reacionária. Uma forma comum de reação ao que é estranho é criar frases de efeito. O mundo vai acabar. Os bolivarianos vão invadir o Brasil. Os arruaceiros, vândalos. Os comunistas comem criancinhas. Pequemos frases e palavras que são moldadas à nossa compreensão das coisas. Compreensão que,às vezes, não vão além dos nossos pés. Parece que temos uma necessidade de viver sempre com medo. As manifestações de rua são justas. Não são contra a copa e sim contra o caos na saúde, na educação, na segurança etc., etc...

Tem gente aqui que está preocupado com o que os estrangeiros vão pensar do Brasil Vão continuar pensando que somos Cucaracha (lembrandoHenfil). Venham as manifestações com força para mostrarmos que não somos tão obedientes assim. Estamos insatisfeitos! Queremos que o Brasil mude. Que o Brasil dê lição de cidadania. Queremos ser melhores na educação. Queremos ser melhores em tudo. Podemos ser. Para isso acontecer é preciso sair às ruas. Sem violência.

Vai Garrincha! Vai sem teto! Vai Pelé! Vai morador de rua! Vai Zico! Vai motorista de ônibus! Vai Romário! Vai empregada domestica! Vai Neymar! A rua é nossa