Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

HISTÓRIA DA LÂMPADA QUEIMADA E OUTRAS.


 Benedito Viviane, quando começa a lembrar da brincadeira da “história da lâmpada queimada” e outras traquinagens, estampa no rosto um sorriso de menino maroto. O Deposito de Material de Construções Bandeirantes era o lugar de encontro da turma, que inventava as diversas brincadeiras que embalavam uma geração, na década de 60 em Cotia.

 No ano do 1964 espalharam em Cotia e na região milhares de folhetos anunciando a invenção do conserto de lâmpadas queimadas. Aruyuky Yano, oswaldo Manoel  de Oliveira (Oswaldão) e o Sr. Calil, foram os idealizadores dessa armação. A vítima escolhida pelo grupo foi o Sr. Viviani. Se não bastassem quase três mil folhetos distribuídos, a equipe colocou em pontos estratégicos da cidade faixas com o endereço de Benedito Viviane e ainda o valor do conserto do cada lâmpada. O preço foi determinado da seguinte forma: lâmpada comum, 5 mil réis, a de farolete, 10 mil.

Depois do marketing realizado, Viviane começou a receber centenas de lâmpadas queimadas em sua casa. Muitas vezes, Viviane mandava a pessoa levar as lâmpadas no deposito do Sr. Yano e dizia que a máquina de conserto estava na loja. A fama de “gênio da lâmpada”, apelido atribuído ao Sr. Viviani, em virtude da brincadeira, foi além das fronteiras do município. Quando chegava ao banco em Pinheiros, para cuidar dos seus negócios, o gerente perguntava como estava sua fábrica de conserto de lâmpadas. Respondia Viviane com o bom humor de sempre: “Vai muito bem!”. Numa festa realizada em prol do hospital de Cotia, na casa do Dr. Odair Pacheco Pedroso, com mais de 150 pessoas presentes, de repente acabou a energia elétrica. De surpresa o Dr. Odair gritou na multidão “Chame o Viviane!”. Um anúncio foi parar no quartel do Quitaúna. Quando o sargento ficou sabendo que um irmão do “gênio da lâmpada” era seu cadete, passou a tratá-lo com privilégio.


 Durante dez anos o Sr. Viviani foi perseguido com a história da lâmpada. Um morador da Granja Viana deu graças a Deus quando ficou sabendo da oficina de conserto de lâmpadas. Esse morador guardou durante dez anos uma lâmpada de estimação para quando aparecesse o invento que a pudesse consertar. Na porta da casa da família Viviani, num final de tarde, apareceu um senhor acompanhado de seu filho com uma sacola cheia de lâmpadas. O menino, juntamente com o pai, estava subindo a escada, e, num singelo descuido, quebrou uma lâmpada. O pai, irritado, deu umas palmadas no garoto. Dizem que o senhor morava no bairro do São Joaquim. Para que se tenha uma idéia da dimensão da brincadeira o Sr. Viviani foi procurado por um jornalista da revista O Cruzeiro, que gostaria de entrevistá-lo.
   Parece que nesse período o feitiço, de vez em quando virava contra o feiticeiro. Outra história pitoresca dessa época foi a prisão do Sr. Yano em Águas de São Pedro. A turma que gostava de brincar foi fazer uma viagem a essa cidade, onde tinham um amigo que era delegado. Conta o Viviane que o Osvaldo, o Calil e o delegado, arquitetaram o plano que levou à prisão do Yano. Mandaram prender o Sr. Yano onde estava hospedado com a turma. O policial chegou com a intimação e o levou para prestar depoimento. A única saída encontrada na hora foi não resistir à prisão e acompanhar o policial até à cadeia. O Sr. Yano falou entre lábios para o Viviani escutar: “Quem não deve não teme”. Yano, que sempre andava com uma carta de salvo conduto, naquela viagem esquecera o documento. A tranqüilidade inicial da fisionomia do Yano, com o passar do tempo, foi dando lugar a preocupação. Para tornar o fato mais real ainda, os amigos da onça, que se mostravam solidários nesse momento desagradável, solícitos e determinados, queriam viajar até Cotia para buscar a tal carta. Depois do depoimento e lavrado o boletim de ocorrência, Yano lamentava que “isto não poderia acontecer comigo, de forma alguma”. Os amigos se despediram, como se ele fosse ficar preso na cadeia de Águas de São Paulo, com a maior cara de pau. Após algumas horas do sofrimento, os colegas desvendaram a trama e Yano que respirou aliviado. Mas, logo em seguida, o Sr. Yano já estava preparando o troco.


Outra brincadeira, primorosa, foi o fechamento da porta principal da casa do Borbinha. Novamente o grupo aprontava alguma meninice. Num sábado à noite, depois que Borbinha foi dormir, o Sr. Zeca, a mando do grupo, fechou a porta da frente da casa dele com tijolos e cimento ´seca rápido´. No dia seguinte, ao abrir a porta, Borbinha deu de cara com a parede. Ele tentou pular a janela, mas não conseguiu porque estava muito gordo e logo ficou cansado. Depois de muitas tentativas começou a gritar e pedir socorro. Após um tempo apareceram algumas pessoas que o ajudaram a sair de casa. A porta foi removida só dois dias depois. Passado algum tempo, o Sr. Borbinha descobriu os malfeitores e encarou a brincadeira com muito humor.


A malhação do Judas era outra festa magnífica. Segundo o Sr. Viviani, aconteceram dois episódios nessa festa que foram marcantes. O primeiro foi realizado entre os anos de 1945 e 1960. O segundo de 1960 a 1969. O primeiro era organizado pelo Sr. Leiriano, Sílvio Pedroso e outros festeiros. Após a malhação e a missa do Sábado de Aleluia era organizado o testamento de Judas, com o objetivo de dividir os seus pertences. Sílvio Pedroso, leiloeiro do evento, distribuía cueca, calça, sapatos e objetos para algumas pessoas que depois se tornavam alvo de gozação. No início da década de 60, a turma da brincadeira retomou-a com a intenção de resgatar a malhação do Judas.

 Atenção: o Sr.Viviane, que durante tanto tempo foi o mestre do conserto de lâmpadas, quer passar sua experiência ao herdeiro do Sr. Yano – o sobrinho, Reinaldo Yano. Se você tiver alguma lâmpada queimada pode entregá-la para conserto na Casa Yano...



quarta-feira, 24 de julho de 2013

3OO ANOS DA IGREJA NOSSA SENHORA DE MONT SERRAT (COTIA- BRASIL).


Para celebramos a comemoração dos 300 anos da existência da Igreja Nossa Senhora de Mont Serrat, toda semana publicarei pequenas histórias de moradores ou não, que tiveram algum tipo de relação com a igreja. Desta forma, resgatando sua importância Histórica para a cidade e a sua influência na vida dos que aqui viviam ou passavam pelo lugar.  

ECLÉA BOSI
   
li, com muito prazer, as memórias dos velhos cotianos que você recolheu com atenção e carinho. Memórias risonhas na sua maior parte, porque esses velhos transbordam de simpatia e amor pela vida. Tenho uma raiz muito funda que me prende a esse lugar.
  
Meu avô, Amadeu Strambi, cultivava uva em São Roque; ali, no alto da serra, passei belos anos de minha juventude. Nas suas noites frias me aqueci no grande fogão de lenha no pátio da Matriz, onde se preparavam os pastéis, o quentão, das festas e quermesses. Ao seu redor se apinhavam as crianças, e as velhinhas, embrulhadas nos xales, olhavam as chamas e recordavam os bons tempos. Aquele fogão de lenha era o coração generoso da cidade que pulsava. Mão impiedosa o derrubou. O pátio da comunidade hoje é estacionamento.

   Adeus fogão de lenha... adeus velhinhas tiritantes, adeus memória!

                                                               Prof. Marcos Robero Bueno Martinez.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

CEMUCAM: CENTRO MUNICIPAL DE CAMPISMO.



Discutir a devolução do Cemucam para a prefeitura de Cotia dentro de uma ótica do contra ou do á favor, do bem e do mal é reduzir a importância deste espaço com um bioma extraordinário, apenas no âmbito da política, é muito perigoso. É dizer assim: que outro grupo que esteja à frente da prefeitura vai administrar melhor o parque? Será? Qual a garantia? Ambos os partidos no poder hoje, na cidade São Paulo e no Estado, poderiam ter feitos algo pelo Cemucam e nunca o fizeram. Inclusive, investir no campo da pesquisa e na modernização do Viveiro Harry Blossfeld.

O que existe pelo que li em relação a doação do parque para o município de Cotia é apenas uma intenção, não acredito que isto aconteça tão cedo. Talvez nem aconteça! Já houve está conversa outras vezes, que sempre cai no esquecimento. Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, gasta se com o parque, Hum milhão e oitocentos mil Reais por ano. Com que é gasto este dinheiro?  Esta quantia é suficiente para manter o funcionamento com eficiência do Cemucam? O valor é suficiente ou não? Se acontecer a doação do parque para o município de Cotia a cidade teria condições de manter este valor e ampliar o investimento que este  espaço precisa? Que tal pensamos em uma terceira via para o Cemucam?

O parque do Cemucam, não pode continuar vivendo nesta ambiguidade. Ambiguidade, que a cada dia a cada ano e a cada governo, contribui  para o deterioramento do espaço do parque, daquilo que existe. E também não pode ocorrer uma demonização da doação, apenas com suposições. O parque deve ver visto como um Patrimônio da humanidade, e assim, ampliar a discussão de como utiliza-lo melhor, para pesquisa, educação ambiental e como inserir práticas pedagógicas neste espaço para seu uso. Precisamos trazer o povão para dentro do parque! Principalmente, povão da região oeste da grande São Paulo. Ora, qualquer revista de cultura e lazer que circula na grande São Paulo, apresenta centenas de atividades nos parques da cidade e da grande São Paulo. Quais os motivos que deixam o Cemucam de fora destas atividades culturais? A terceira via é transformar o parque em um espaço eficiente para o povão tão carente de cultura.

A preocupação e o medo que a especulação imobiliária   transforme o Cemucam em um grande loteamento luxuoso, é antiga. E pode acontecer!  Em meados da década de 80, durante o Governo do prefeito Janio Quadro, houve uma conversa e uma tentativa de transformar o Cemucam em um empreendimento imobiliário de luxo, um pequeno grupo de ativitas ambientais e algumas ONGS fecharam a Rodovia Raposo Tavares, chamando a atenção da imprensa e defensores do meio ambiente na época.  A tentativa foi abortada.  Sejamos imparciais, está possibilidade de desaparecimento do parque pode ser tanto com a prefeitura de Cotia como dá prefeitura de São Paulo. Portanto, fazer do parque um espaço com projetos e eventos culturais é importante, inibe a ganância imobiliária. E amplia seus defensores na sociedade.
A argumentação na época para um possível loteamento do parque,  era de que ele  seria um peso para a prefeitura de São Paulo, e não tinha quase nenhuma utilidade cultural e social. A salvação do Cemucam,  é um projeto de uso do espaço eficiente. Poderíamos começar a utilizar o que já existe no parque? E aproveitar ativicades que existem nas secretarias de esporte e cultura. E não podemos perder de vista que a mobilização popular é fundamental para manter o cemucam intacto.


domingo, 14 de julho de 2013

A PRAÇA DA MATRIZ


   Ah! A praça da matriz da cidade de Cotia! Ela fez parte da vida de muita, muita gente... Eram passeios, namoricos, esperanças... As moças subiam de braços dados a rua Senador Feijó em direção à praça, onde os moços as esperavam para o momento do flerte. “Foi assim que comecei a namorar o Roque Savioli” - disse dona Nice.

  Benedita Amélia Barreto Alvez, a dona Zizinha, cotiana nascida em 1916, conta suas lembranças sobre a praça e nos fascina com a objetividade que dá às suas palavras: “Naquele tempo íamos a reza depois dávamos algumas voltas pela praça, mas tínhamos que voltar cedo para casa”. Trazendo mais recordações de sua memória, dona Zizinha transforma suas frases em cenas vivas. Lembra-se do cruzeiro na frente da igreja, que deu lugar tempos depois ao coreto, das beatas, das festas, dos tropeiros que atravessavam a praça e seguiam na direção ao sítio do Nhô Zaca, no Portão. Uma das imagens que marcou Zizinha foi quando os revoltosos de Isidoro Dias Lopes, em contenda com Washington Luiz, chegaram do Paraná, e um de seus homens entrou em plena Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat... montado em seu cavalo. Foi um tumulto geral.

   Maria Conceição Alves de Oliveira, outra moradora da cidade, lembra-se da inauguração do segundo coreto, em 1967. A festa contou com a presença da caravana dos artistas do Programa do Rádio Patuá Reis e trouxe os cantores Nelson Gonçalves e Paraguaçu Paulista. Era costumeira, no coreto, a apresentação da Banda Municipal da cidade. Para lá iam os cidadãos, a fim de escutarem marchas, valsas, modinhas... A praça era o centro cultural da época - todas as atividades aconteciam no coreto. Era também o único lazer da cidade. Conta o Sr. Leonel Ganem que a praça transformava-se, vez por outra, em campo de futebol. Os times eram formados pelos moleques que moravam nas casas do lado direito e do lado esquerdo da igreja.

   Pedro Victor e Oscarlina Pedroso Victor, recordam as festas religiosas que aconteciam no decorrer do ano, na praça da Matriz. As festas do Divino, de São Benedito e da padroeira da cidade, eram comemoradas com muita devoção. A Festa do Divino era realizada 40 dias depois do Sábado de Aleluia e as festas da Padroeira e de São Benedito aconteciam juntas, no dia 8 de Setembro, para evitar que houvesse dois feriados – é que São Benedito teria o seu “dia cotiano”, não oficial, em 9 de setembro. Segundo dona Maria Conceição, na festa do Divino os sitiantes e moradores da cidade levavam suas prendas para a casa do festeiro do ano. Essa casa ficava conhecida como a Casa da Comida e os alimentos eram distribuídos graciosamente para os devotos.

   Passando a analisar as fotos, na primeira temos em destaque Benedito Carlos dos Santos, que era conhecido pelo apelido de “Ditão” – habitante muito popular da cidade; do lado esquerdo da praça está o coreto, o bar do seu Vermelino, um sobrado onde se localizava a farmácia, e logo depois o Beco do Savioli.

   Na segunda foto, do lado direito da praça, destacam-se a Igreja da Matriz e a rua Senador Feijó, ainda em terra batida, sem paralelepípedos. Pesquisa realizada pelo padre Daniel informa que a igreja da praça foi inaugurada em 1713. Pedro Victor destaca que essa foto foi tirada por ele de cima do bagageiro de uma jardineira – o ônibus da época -, antes do seu casamento com dona Oscarlina, em 1945.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

HISTÓRIAS DE ROQUE GIANNETTI



 Roque Giannetti chegou em Cotia no ano 1938 e ganhou de seu pai, aos 16 anos, uma barbearia na cidade, onde exerceu seu oficio. O Sr. Roque, hoje com 75 anos, e como gosta de ressaltar, 75 incluindo os nove meses que ficou na barriga de sua mãe, lembra dos sessenta anos, que mora na cidade, com um bocado de saudade.
   Entre tantas histórias uma chama a atenção: conta ele que um belo dia, lá pelos idos de 40, precisava ir a São Paulo para fazer compras para a sua barbearia, mas foi avisado por seu Vermelino, outro antigo morador da cidade, que naquele dia ia chover muito. Desconfiou do conselho e foi para a Capital, pois o céu estava azul, o sol brilhava e nada indicava que pudesse chover. Ao chegar próximo do atual Rancho da Pamonha, o tempo fechou e desabou o maior temporal do mundo. O ônibus encalhou e o Sr. Roque chegou a São Paulo coberto de lama. No final da tarde, chegando a Cotia, quem o estava esperando? O Sr. Vermelino, de maneira mais irônica possível, disse: - Não falei que ia chover?
O Sr. Roque, todo tímido, perguntou: - Mas, como o senhor sabia?
Vermelino, então, perguntou a Roque se ele estava vendo o galo em cima da torre da Igreja da Matriz; ele disse que, quando ele está com o rabo virado para o lado da praça, significa frio e chuva, quando ele está olhando para a praça, o dia é bonito.
 Quem quiser conferir, o galo ainda está no mesmo local.
 Outra história interessante de Roque Giannetti é esta: ele teve que enfrentar o delegado de polícia, que na época tinha praticado algumas arbitrariedades. O delegado chamou várias pessoas para prestarem esclarecimento sobre um certo caso, nada por escrito, tudo verbalmente, e acabou com as pessoas que lá foram. O Sr. Roque, como não compareceu, recebeu uma segunda intimação, agora por escrito. Antes mesmo de o delegado começar a esculachar, ele, com o seu jeito calmo, acabou com o delegado.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

ORGANIZANDO O CAOS


Quem já não levantou com vontade de organizar a vida começando pelas coisas guardadas nos armários e caixas amareladas? Outro dia amanheci com está vontade, louca de arrumação.  Muitas vezes, guardamos coisas que não vamos usar, até sabemos que não vamos usar, mais sempre depositamos estas coisas em algum lugar, penso que pra dizer que aqueles papéis com anotações ou não, fotos, livros e outros objetos fazem parte da nossa vida. É como se dissemos pra nós mesmos, temos uma História a contar. Também pode ser que guardamos coisas com a certeza, de que se perdermos o fio da miada nesta vida, podemos retomá-la com essas lembranças.


Comecei a reorganização da bagunça, com as folhas que estavam sobre mesa e outras tantas enfiadas nas gavetas, com anotações e números de celulares, que nem lembro a quem pertence. Como gastamos papel? Ali, muitas folhas de caderno e de sulfite em branco, esperando alguma informação que nunca chegou. Em algumas anotações, nomes escritos que deixaram muita saudade, relacionamentos construídos na amizade e no companheirismo. Outros nomes ali registrados não fariam falta alguma se fossem esquecidos, amigos do poder. O almoço marcado, o encontro agendado que não aconteceu. Como foi difícil desfazer destes papéis, alguns há tempos amarelado. Como é difícil desfazer do passado. Ao esmagar cada folha, uma vontade de ler de novo, é guardá-las.  As folhas em branco, a vontade de escrever alguma coisa... No último papel jogado, escrito uma frase de uma amiga do tempo de escola: “Sempre quando nós nos encontrávamos você me perguntava: como está"?


Como as fotos são reveladoras, “amigos” com um sorriso de canto e sorrateiro, querendo sair no retrato.  Muitos! As escolas inauguradas e a alegria da comunidade e das professoras e funcionárias, com aquele novo espaço. As fotos têm este poder de registrar sentimentos. Os livros muitos lidos e tantos outros esperando para serem lidos, retomei a leitura do Ensaio sobre a cegueira do escritor José Saramago, e já terminei. Um livro revelador, no trato da crueldade humana diante de situações de estresse social, mais também esperançoso, apontando caminhos para criarmos coletivamente uma vida melhor. No meio da limpeza, uma pausa, um reencontro com Umberto Eco, sobre a História da Feiura com afrescos maravilhosos. Leitura em andamento. Ganhei de aniversário, Humano, Demasiado, Humano do pensador, Friedrich Nietzsche, presente compensado e com os “espíritos livres”. Quase tudo organizado, e a vida continua... Só não gosto que mexam na minha desorganização, tão organizada. Ah, os livros também são reveladores. Para finalizar muita coisa jogada no lixo retornaram as caixas amareladas.


Prof. Marcos Roberto Bueno Martinez.