Venha compartilhar um pouco do trabalho que realizo como historiador e professor da cidade de Cotia. Mergulhe no passado das pessoas que construiram este lugar, recorde fatos marcantes que deram identidade cultural a esta cidade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

LÚCIA TORREZANI: UMA RELAÇÃO DE AMOR COM A CIDADE


Lúcia Gomes muitos de vocês não conhecem, mas se retiramos o Gomes e acrescentarmos o sobrenome Torrezani,  aí muita gente conhece! 

D. Lúcia Torrezani chegou em Cotia em 1958, vindo da cidade de Santos, e fincou raízes em Cotia. Seus pais, Antonio Joaquim Gomes e Dona Encarnação Pires Gomes, chegaram à cidade dois anos antes da filha, em 1956, e foram durante muito tempo proprietários do Bar do Quatrocentão, próximo de onde hoje se localiza o “Extra”, na Raposo Tavares. Este nome foi dado pelo antigo dono em homenagem aos quatrocentos anos da cidade de São Paulo, em 1954.

D. Lúcia nos recebeu em sua casa com um almoço maravilhoso, para mostrar o acervo de quadros que retratam a arquitetura da Cotia antiga. As fotos foram tiradas em 1918 e delicadamente transformadas em quadros pelo artista plástico Jurandir Diniz, morador do Morro Grande  e conhecido internacionalmente pelo seu trabalho. As fotos dos quadros foram tiradas pela jornalista Fau Barbosa.


D. Lúcia Torrezani foi vice-prefeita de Cotia nos anos de 2000 a 2008 e também Secretária da Assistência Social. Foi fundadora e presidente da APAE da cidade e sempre esteve envolvida com atividades sociais, desenvolvidas com a igreja.




Vista  da Rua Senador Feijó, subindo no sentido do  Atalaia. 
Uma referência atual é a delegacia de polícia.



Olhando da descida do Atalaia para o centro de Cotia, ao fundo situa-se hoje a
Câmara Municipal. À esquerda da foto o prédio Treme-treme, hoje uma bicicletaria.



  Praça Padre Seixas. À esquerda vai-se para o centro de Cotia e à direita para o Atalaia.

Neste prédio funcionava uma hotelaria que hospedava os tropeiros que iam para Sorocaba e para o sul do país. A rua em frente ao prédio é a antiga rodovia São Paulo-Paraná, depois Raposo Tavares e hoje a rua Senador Feijó. O prédio Treme-treme recebeu este apelido pois ele tremia quando passavam carros e caminhões pela estrada.




Na Praça da Matriz  existiam casas de moradores e comércio.
O “Seu” Roque Gianeti tinha ali sua barbearia e “Seu” Barros a sua farmácia. 
Em uma destas casas morava a D. Carmelina.



Uma vista da Rua Senador Feijó. Faça um olhar da igreja para a loja dos calçados Sérgio.



 Ao lado esquerdo a igreja e do lado direito uma bomba de gasolina. Rua Senador Feijó.



Vindo da rua das Casas Pernambucanas, o sentido da igreja da Matriz é contra mão.
Do lado direito fica a rua Prefeito Joaquim Horácio Pedroso (1884-1952),  e à esquerda é a
Rua Senador Feijó.





Detalhe do hidrante próximo à esquina da rua Prefeito Joaquim Horácio Pedroso
e rua Senador Feijó.




Ao fundo a Praça Joaquim Nunes e a rua José Barreto, que ainda não existia.
Para lembrar: As casas Pernambucanas  e a casa Yano. A banca de jornal do seu Manoel.
Que diferença...




Fachada da farmácia do Senhor Barros.



Uma visão geral da igreja Nossa Senhora do Monte Serrat, inaugurada em 1713.




Agradecemos à D. Lúcia Torrezani, por ter-nos cedido gentilmente seu acervo de quadros.


Prof. Marcos Roberto Bueno Martinez

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O FOTÓGRAFO


Laerte é o personagem do lado esquerdo da foto.


Quando comecei a pesquisar a História de Cotia, entrei em contato com documentos e fotos antigas da cidade, que foram aos poucos revelando a memória dos seus moradores e a bela arquitetura colonial, ainda preservada.

No meio de tanta informação e durante as entrevistas, as pessoas me diziam que aquela foto tinha sido tirada pelo fotógrafo “Lete”, como era conhecido. Assim, muitas das imagens que hoje contemplamos com admiração, realmente foram eternizadas pelo fotógrafo Laerte.

Professor Marcos Roberto Bueno Martinez

terça-feira, 8 de novembro de 2011

DESMATAMENTO E OMISSÃO DOS PODERES PÚBLICOS EM COTIA

Tenho visto quase toda semana na mídia local, denúncias de desmatamento de áreas verdes da cidade de Cotia para a construção de empreendimentos imobiliários. Antes que possam pensar que tenho alguma coisa contra o desenvolvimento do município quero deixar claro que progresso é sempre bom, o que incomoda é o crescimento desorganizado. Tenho visto também nesta mesma mídia o esforço da Secretaria de Meio Ambiente para autuar os infratores. Mesmo assim, os crimes ambientais continuam em ritmo acelerado, ou melhor, alucinado. Aí resta questionar: Qual o poder de decisão da Secretaria de Meio ambiente em relação a estes crimes ambientais? É só de atender as denúncias e autuar os infratores? Judicialmente, o que acontece com estes infratores? Quem autoriza a construção destes empreendimentos? É a Secretaria de Meio Ambiente? São apenas algumas dúvidas...

A estratégia de desmatamento ilícito não é tão diferente da ocupação de terrenos para a construção de moradias irregulares, ou seja, “vai construindo que depois a gente resolve”. Esta  depois se torna uma questão social e “sobra” para o poder público, que não viu a irregularidade ou fez de conta que não viu. É bom lembrar que este tipo de ação às vezes é incentivado por candidatos. Gente vale voto! Em relação ao desmatamento, as táticas são as seguintes: provocar um incêndio na área desejada ou, enquanto não chega a autorização para o desmatamento, fazer o serviço veladamente, ir contando o mato rasteiro até chegar a tal permissão. Afinal, quem dá a autorização para o desmatamento em Cotia? É  Secretaria de Habitação? Quais os trâmites para solicitar o desmatamento de uma área? Estas são mais algumas dúvidas...

Desmatamento não é só derrubar o mato que  tanto incomoda o progresso. Implica em mexer no ecossistema deste ambiente. Segundo informações que obtive, antes de ser permitido o desmatamento e para dar andamento no processo para construir alguma coisa, é feito um levantamento da flora e da fauna do lugar. E depois do levantamento, o que acontece com a fauna e a flora? Existe compensação? Que tipo de compensação? Quem fiscaliza esta compensação? Afinal, quem autoriza os pedidos de desmatamento? É a Secretaria de Meio Ambiente do Estado São Paulo? Apenas algumas dúvidas a mais...

Esta é a ideia que fica: de omissão do poder público frente a um assunto tão importante e delicado. Parece que ninguém é responsável pela questão. Esta omissão é perigosa, atenta contra as instituições democráticas e abre caminho para a barbárie.

Não me alongando muito mais neste assunto, este crescimento desordenado e ganancioso acaba por exigir a construção de escolas, de postos de saúde, exige segurança, transportes, infraestrutura esta que se vê claramente que não está sendo providenciada pelo poder público. Ou melhor, acontece lentamente, enquanto que a invasão imobiliária é devastadora.

No artigo que escrevi neste espaço, intitulado Prostituição em torno do Ginásio de Esportes, chamei a atenção dos poderes legislativo, executivo e judiciário para o problema. Quero alertar estes mesmos organismos com relação ao desmatamento. Afinal, esta cidade tem um Plano Diretor. Estes poderes não podem fazer de conta que nada está acontecendo. Afinal...

Professor Marcos Roberto Bueno Martinez

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CONSTRUINDO O FUTURO


CENTRO EDUCACIONAL HO DEH KONG

(Parque Alessandra)




A parceria entre a H. BUSTER e a Prefeitura de Cotia viabilizou o sonho dos moradores do Parque Alessandra, que esperavam a construção de uma creche há mais de vinte anos. Nesta parceria a prefeitura entrou com o terreno e a empresa com a construção do prédio. O Centro Educacional Ho Deh Kong foi inaugurado em 21 de novembro de 2008.

Professor Marcos Roberto Bueno Martinez

terça-feira, 1 de novembro de 2011

LULA, VAMOS CAMINHAR COM VOCÊ!

No final da década de 70, comecei a ouvir falar muito do Lula. Na época uma boa parte da imprensa “descia a lenha” sem dó: grevista, baderneiro, barbudo, comunista e tantos outros adjetivos que não devem nem mesmo ser lembrados. O que não podemos esquecer é que vivíamos sob a égide da ditadura militar.

Algum tempo depois o “sapo barbudo” – assim o apelidou o senhor Brizola – juntamente com vários segmentos da sociedade brasileira, indignados com a ditadura, fundaram o Partido dos Trabalhadores. E os comentários continuaram, aumentando cada vez mais o rancor carregado de uma boa dose de ódio e preconceito: “Como um analfabeto pode organizar um partido?” “Só falta querer ser presidente do Brasil!” A personagem Tereza Cristina, da novela das oito, existe e está presente no inconsciente coletivo de muitos brasileiros, representando o desprezo que estes têm pelo povo.

Muitos homens públicos e celebridades receberam diagnóstico de câncer, assim como Lula, e foram atendidos no Sírio Libanês e no Albert Einstein. O caso mais recente foi o do vice- presidente José Alencar, que deu uma aula de resistência e luta contra o câncer de que foi acometido. Outra vez surgiram falas e comentários idiotizados, carregados de preconceito, quando a mídia divulgou que o ex-presidente Lula estava com câncer na laringe. “Ele deveria ser tratado pelo SUS!” Porque isto não é dito de outras pessoas públicas e celebridades? Por outro lado, se ele fosse fazer o tratamento pelo SUS, diriam que ele estaria ocupando a vaga de um paciente menos favorecido financeiramente.

O Lula não inventou o Brasil e merece respeito e carinho dos brasileiros pelo que fez, e mesmo que discordemos do seu governo, ele foi um marco importante como presidente neste período democrático. Devemos respeitar o seu sofrimento e o de sua família.

O que não podemos é “misturar alhos com bugalhos” neste momento delicado, e iniciar uma discussão sobre a saúde pública que, todos sabemos, não é ruim. É muito ruim.

Lula, estamos torcendo por você e com certeza você vai dar o seu exemplo de superação e resistência.

Professor Marcos Roberto Bueno Martinez